Recentemente nasceu uma polêmica em torno do consumo diário de aspirina como preventivo de câncer. A recomendação, que ganhou popularidade após a publicação de pesquisa feita pelo Prof. Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, que afirma que tomar uma aspirina por dia pode reduzir o risco de câncer após três anos, começa a ser contestada por naturalistas e adeptos da medicina natural.
Opositores dessa recomendação apontam que, há dois anos, o mesmo pesquisador informava que a redução apareceria após dez anos, porém, em 2007, o Prof. Rothwell publicou um estudo que concluiu que a aspirina foi uma das principais causas de acidente vascular cerebral em idosos, alertando que a aspirina poderia, em breve, substituir os problemas de pressão alta como a principal causa de AVC entre pessoas da mesma faixa etária.
Um dos grandes defensores da Medicina Natural, o norte-americano Tony Isaacs, alerta para o fato de as pesquisas do Prof. Rothwell não levarem em consideração os estudos e pesquisas americanas, tais como:
- pesquisas da Virginia Medical School, que examinaram os registros médicos de óbitos hospitalares, estimaram que a droga – isoladamente - está matando cerca de 20.000 pacientes por ano nos Estados Unidos.
- ensaios clínicos randomizados, testando aspirina em 5011idosos, mostraram que o uso de aspirina causou um aumento de 4 vezes no acidente vascular cerebral hemorrágico e de 1,6 a 1,8 vezes no AVC isquêmico.
- em 1999, o “Associated Press”, em matéria intitulada “The Silent Epidemic” [A Epidemia Silenciosa], apontou que a morte por analgésicos (como aspirina e outros antiinflamatórios não esteróides) é a 15 ª causa de morte mais comum nos Estados Unidos.
- a cada ano, uma média de 1600 crianças com síndrome de Reye e outras alergias morrem após tomar aspirina.
- a aspirina esgota ácido fólico do organismo, assim como ferro, sódio, potássio e vitamina C. Os sintomas de deficiência de ácido fólico incluem anemia, defeitos congênitos, fadiga, dor de cabeça , insônia, diarreia, infecção, queda de cabelos, dentre outros.
O maior problema é que ainda não existem estudos que determinem qual a dose segura de consumo.
De forma extremamente contundente, Tony Isaacs aponta para o fato de que o Prof. Rothwell recebeu honorários por ter trabalhado em conselhos consultivos, comissões de estudos clínicos e palestras de algumas empresas farmacêuticas com interesse em agentes anti-plaquetários, incluindo Bayer, AstraZeneca, Boehringer Ingelheim, Sanofi-BMS e Servier.
Enquanto a polêmica continua e as pesquisas avançam, o melhor mesmo é refletir sobre nossa qualidade de vida e optarmos por hábitos saudáveis.
Fontes para este artigo:
American Heart Association & American Stroke Association Journals
The Health Gazette
The American Journal of Medicine